Um espaço de amena conversa sobre ciclismo e sobre o Oeste. As voltas, os passeios do fim de semana, as sugestões e opiniões terão lugar neste espaço que pretende crescer e dar um contributo para congregar os amantes do pedal sejam eles recreativos ou mais competitivos.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Treinos em Distrito da Guarda
Vou de férias e levo a menina...KTM para umas descobertas.
Subida à Marofa
são mais de 15 kms a subir com inclinação média de 4%...lindo!
Na estrada que liga Pinhel a Figueira, há 3 anos passei por um dos momentos mais estranhos da minha existência. Manhã cedo desci de Pinhel, subi e voltei a descer embalado nas curvas sentindo o fresco das sombras na cara. Quando cheguei lá abaixo, à ponte sobre o Coa, parei e senti-me minúsculo no centro daquelas montanhas onde o silêncio revelava a falta de calor que calava as cigarras.
Comovi-me até ás lágrimas. Estranhamente, com arrepios incontrolados. Parecia que me estava a diluir na serra, fazendo parte dela e sentindo-lhe as rugas das pedras, os cotos dos pinheiros ardidos e o solidez do granito. É certo que já andava na estrada desde Lisboa há 4 ou 5 dias e não tendo ninguém com quem falar, comecei a sentir "coisas" que normalmente nem reparamos.
Nunca mais esqueci esse local, nem a casa do guarda florestal sem telhado.
Já evitei passar aí de carro, pois receio não repetir a experiência e frustrar a expectativa.
Mas a bicicleta tem-me proporcionado momentos que estão para lá da mecânica, da capacidade atlética ou da qualidade do quadro.
Depois, bem, depois foi a subir aquilo tudo a puxar o reboque. Levei uma tareia. Comi a bucha em Figueira e depois rumei para Barca dalva cujas curvas foram feitas como se estivesse a fazer Ski na sierra nevada no meio da p+aisagem deslumbrante dos vinhedos socalcados....Bucha junto ao Douro e outta tareia a subir até Freixo, agora com calor e com todas as cigarras do universo a cantar.
Ainda tive a tentação de ir à Marofa, mas com o reboque não dava. Tinha as calorias e as horas á conta para chegar ao destino a tempo de ver o candido a discutir o sprint.
Espero que tenha tirado partido dessas serras que nos lavam a alma.
Tenho de concordar que aquela zona é "telúrica" ao ponto de criar em nós essas sensações que descreves. Depois disso tudo, acabar lá no alto da Marofa, é algo para recordar e não esquecer. Tive oportunidade de durante a subida ver vacas (ou bois) à solta e burros também...pareciam imagens dos Alpes.
Amigo Vasa Ferreira,
ResponderEliminarNa estrada que liga Pinhel a Figueira, há 3 anos passei por um dos momentos mais estranhos da minha existência.
Manhã cedo desci de Pinhel, subi e voltei a descer embalado nas curvas sentindo o fresco das sombras na cara. Quando cheguei lá abaixo, à ponte sobre o Coa, parei e senti-me minúsculo no centro daquelas montanhas onde o silêncio revelava a falta de calor que calava as cigarras.
Comovi-me até ás lágrimas. Estranhamente, com arrepios incontrolados. Parecia que me estava a diluir na serra, fazendo parte dela e sentindo-lhe as rugas das pedras, os cotos dos pinheiros ardidos e o solidez do granito. É certo que já andava na estrada desde Lisboa há 4 ou 5 dias e não tendo ninguém com quem falar, comecei a sentir "coisas" que normalmente nem reparamos.
Nunca mais esqueci esse local, nem a casa do guarda florestal sem telhado.
Já evitei passar aí de carro, pois receio não repetir a experiência e frustrar a expectativa.
Mas a bicicleta tem-me proporcionado momentos que estão para lá da mecânica, da capacidade atlética ou da qualidade do quadro.
Depois, bem, depois foi a subir aquilo tudo a puxar o reboque. Levei uma tareia. Comi a bucha em Figueira e depois rumei para Barca dalva cujas curvas foram feitas como se estivesse a fazer Ski na sierra nevada no meio da p+aisagem deslumbrante dos vinhedos socalcados....Bucha junto ao Douro e outta tareia a subir até Freixo, agora com calor e com todas as cigarras do universo a cantar.
Ainda tive a tentação de ir à Marofa, mas com o reboque não dava. Tinha as calorias e as horas á conta para chegar ao destino a tempo de ver o candido a discutir o sprint.
Espero que tenha tirado partido dessas serras que nos lavam a alma.
Olá Carneiro,
ResponderEliminarTenho de concordar que aquela zona é "telúrica" ao ponto de criar em nós essas sensações que descreves. Depois disso tudo, acabar lá no alto da Marofa, é algo para recordar e não esquecer. Tive oportunidade de durante a subida ver vacas (ou bois) à solta e burros também...pareciam imagens dos Alpes.