O telefone apita após completados 263 kms no mostrador. Olhei para o visor sem antes pensar que era o carro de apoio. Talvez estivessem preocupadas, as nossas mulheres que fizeram esta tirada sob calor dentro dos carros. Ao fim de um dia inteiro deveria ser muito aborrecido. Estava a descer Vila Franca do Rosário, após ter deixado o Rocha no alto do Vale da Guarda. Olho para o visor e vejo passar em rodapé no visor do telemóvel o nome JGOMES. Poderia ser? Mas o que é que ele quer? Ah, já sei deve ser para confirmar a minha presença amanhã em Caldas da Rainha.
-Sim vivas, do outro lado ouvia-se a voz do Joaquim, mas o vento que batia no ouvido não dava para entender nada do que ele dizia.
-Não te percebo....
-Sabes que quando a pulsação bate a mais de 180 o descernimento começa a falhar...
-Pera vou parar, diz...cruzaste comigo foi? perguntei,... venho de Fatima, fui acompanhar um colega.
-Voçês são completamente doidos...sem antes saber quantos kilometros tinha.
-Vou para Torres...
-Pois tu agora vives em Torres....
Sinceramente não me senti doido. Fi-lo por uma causa, que muito me satisfez. Concluí o meu objectivo, com boa média, completamente feliz por dentro, e ainda por cima com companhia espectacular. Não obstante os pés que doiam na zona do dedo grande e queimavam (sensação que já me tinha esquecido), ao ponto de em alguns momentos, ter de aliviar a pedalada, puxando os joelhos para cima, o conforto geral era enorme (pudera com tanta Coca-Cola no buxo).
Num golpe de mágica o reconhecimento do esforço, pelas palavras de um campeão e de um excelente ser humano davam agora para apaziguar as desconcertantes dores nos pés. Enrolei o punho até Torres, bebi mais uns golos de agua que me tinha sido entregue pelo carro de apoio, era o ultimo bidon, de água apenas.
-Gel, onde anda o gel? Meti à boca um pouco de gel da Decathlon, de sabor intenso a maçã. Que bem me soube. Porque é que só em situações destas os sentidos dão mais valor ao que nos rodeia?
Tínhamos concluído mais de 250Kms (quase) non stop. Para uns meros desportistas de fim de semana, com a média associada, era um feito épico. O certo é que chegado a casa o mostrador revelava a quilometragem total: 270Kms a uma média de 29,3 Kms/h. Ainda dei umas voltinhas para suavizar, após isso.
-Houve quem fizesse mais, lançando o meu pensamento para o Manso que não tinha acompanhado. Deve estar a subir o Gradil, com mais de 300 kms nas pernas, pensei eu, lembrando-me do que era antigamente subir a ultima rampa para chegar a casa.
O que fica para contar é um conjunto de emoções que vivi. Desde a contemplação da paisagem das serras que ultrapassámos, após subida a ritmo certo e constante, de Alcanede até à pedreira lá no bem no alto, com o Manso a queixar-se de "descer" demais, às longas rectas em pleno vale das Serras de Aire e Candeiros, do avistamento de Porto de Mós, que é lindo, da subida desde Mira dÁire, da maldita sede de Coca-Cola, do engano em Vale de Barreiras para mais uma "descida" a subir, da falta de sinalização conveniente nesta zona, do almoço, enfim tudo merece um bem haja, uma boa recordação.
Obviamente que não vou negar que, curiosamente, nos momentos e no terreno mais favorável, tive que me aplicar para não descolar. Isso deu-se após Rio Maior e na Subida para o Alto de Alfeizeirão no percurso de volta.
Valeu a gestão do esforço, da ingestão moderada mas constante de alimento e água com sais, do belo Magnoral, e das Coca-Colas no percurso de volta. Receber a comida em andamento e partilhá-la é de pro e vale a pena salientar a boa vontade das nossas mulheres!
A chuva, ou melhor os pingos resultado do tempo negro a norte ameaçaram, mas nestas coisas, a Divina Providência, fez lobby em favor dos que correm por causas!
Houve igualmente velocidades de cruzeiro que merecem registo, algumas delas podem ver no gráfico.
Pena que algumas fotos tiradas de telemóvel, não tenham ficado registadas.
Tempo: 9h 26 min
Quilometragem: 275 kms
Acumulado: 3563 mts
Calorias queimadas: 12668 Kcal
Altitude Maxima: 538 mts
Altitude minima: 39 mts
Inclinação Maxima a trepar: 11%
-Sim vivas, do outro lado ouvia-se a voz do Joaquim, mas o vento que batia no ouvido não dava para entender nada do que ele dizia.
-Não te percebo....
-Sabes que quando a pulsação bate a mais de 180 o descernimento começa a falhar...
-Pera vou parar, diz...cruzaste comigo foi? perguntei,... venho de Fatima, fui acompanhar um colega.
-Voçês são completamente doidos...sem antes saber quantos kilometros tinha.
-Vou para Torres...
-Pois tu agora vives em Torres....
Sinceramente não me senti doido. Fi-lo por uma causa, que muito me satisfez. Concluí o meu objectivo, com boa média, completamente feliz por dentro, e ainda por cima com companhia espectacular. Não obstante os pés que doiam na zona do dedo grande e queimavam (sensação que já me tinha esquecido), ao ponto de em alguns momentos, ter de aliviar a pedalada, puxando os joelhos para cima, o conforto geral era enorme (pudera com tanta Coca-Cola no buxo).
Num golpe de mágica o reconhecimento do esforço, pelas palavras de um campeão e de um excelente ser humano davam agora para apaziguar as desconcertantes dores nos pés. Enrolei o punho até Torres, bebi mais uns golos de agua que me tinha sido entregue pelo carro de apoio, era o ultimo bidon, de água apenas.
-Gel, onde anda o gel? Meti à boca um pouco de gel da Decathlon, de sabor intenso a maçã. Que bem me soube. Porque é que só em situações destas os sentidos dão mais valor ao que nos rodeia?
Tínhamos concluído mais de 250Kms (quase) non stop. Para uns meros desportistas de fim de semana, com a média associada, era um feito épico. O certo é que chegado a casa o mostrador revelava a quilometragem total: 270Kms a uma média de 29,3 Kms/h. Ainda dei umas voltinhas para suavizar, após isso.
-Houve quem fizesse mais, lançando o meu pensamento para o Manso que não tinha acompanhado. Deve estar a subir o Gradil, com mais de 300 kms nas pernas, pensei eu, lembrando-me do que era antigamente subir a ultima rampa para chegar a casa.
O que fica para contar é um conjunto de emoções que vivi. Desde a contemplação da paisagem das serras que ultrapassámos, após subida a ritmo certo e constante, de Alcanede até à pedreira lá no bem no alto, com o Manso a queixar-se de "descer" demais, às longas rectas em pleno vale das Serras de Aire e Candeiros, do avistamento de Porto de Mós, que é lindo, da subida desde Mira dÁire, da maldita sede de Coca-Cola, do engano em Vale de Barreiras para mais uma "descida" a subir, da falta de sinalização conveniente nesta zona, do almoço, enfim tudo merece um bem haja, uma boa recordação.
Obviamente que não vou negar que, curiosamente, nos momentos e no terreno mais favorável, tive que me aplicar para não descolar. Isso deu-se após Rio Maior e na Subida para o Alto de Alfeizeirão no percurso de volta.
Valeu a gestão do esforço, da ingestão moderada mas constante de alimento e água com sais, do belo Magnoral, e das Coca-Colas no percurso de volta. Receber a comida em andamento e partilhá-la é de pro e vale a pena salientar a boa vontade das nossas mulheres!
A chuva, ou melhor os pingos resultado do tempo negro a norte ameaçaram, mas nestas coisas, a Divina Providência, fez lobby em favor dos que correm por causas!
Houve igualmente velocidades de cruzeiro que merecem registo, algumas delas podem ver no gráfico.
Pena que algumas fotos tiradas de telemóvel, não tenham ficado registadas.
Tempo: 9h 26 min
Quilometragem: 275 kms
Acumulado: 3563 mts
Calorias queimadas: 12668 Kcal
Altitude Maxima: 538 mts
Altitude minima: 39 mts
Inclinação Maxima a trepar: 11%
Enviem as vossas fotos para o meu email que eu publico-as.
Aquilo que tenho a dizer relativamente a esta super-clássica é que foi um prazer e um privilégio!
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