domingo, 27 de setembro de 2009

Cadel Evans Campeão do Mundo de Elites

Arrasador!
Tocante, é a expressão que consigo encontrar ao ver a emoção de Cadel Evans após ser corado Campeão do mundo de elites de estrada. Gosto de Cadel Evans. É humano.

Umas palavras relativamente ao "passeio" de hoje até Cascais.
Após o atraso de 5 minutos, motivado por ter adormecido e acordado, a 45 minutos das 8:00, iniciámos a longa tirada com um pelotão significativo que durante o seu percurso, somou mais elementos: Albano, Cajó, e mais tarde, Manso e Rocha.

As hostilidades começaram na Carvoeira com o Chico a colocar um passo demasiado duro para a maioria do pelotão, e a fazer estragos que motivaram uma perda de ritmo, com muitos grupetos. Esta atitude iria-se repercutir no resto da tirada.

Da ultima vez, o grupo mais coeso, chegou a Sintra em menos tempo. Nota negativa, que tive oportunidade de manifestar, à qual fui surpreendido com a resposta:
-Este é o meu passo a subir e ninguém me tapa o passo- depois de, na mesma subida assumir as despesas na frente, sendo surpreendido pelo ataque do Chico, que se achou "tapado".

Fez-me lembrar as vezes que o pessoal em tom de brincadeira pergunta:
-Vieste sozinho?

Adiante, todos temos os nossos piores dias...principalmente quando se encontram velhas "picardias" nos mesmos grupos.

Chagados a Sintra, mais um episódio, que motivou o meu descontentamento. Afinal onde fica a Peninha...Ninguém acatou a boa sugestão de que era para a esquerda. Rumo a Colares, com a sua subida mais uma vez executada a Top, com o Manso a assumir as primeiras despesas, seguidas por mim, e depois pelo Espinha, seguidas do Tiago com o Chico sempre a acompanhar. Após o Espinha ter desencadeado as despesas, o pelotão partiu-se. Mais à frente, abdicou de puxar e o Chico assumiu o comandos com um ataque, que naquela altura, me surpreendeu. Primeiro, o porquê do ataque, depois porque parecia um "ataquezinho"...pois foi de imediato alcançado pelo Tiago, comigo a controlar o meu passo. Nesta altura abrandei, pois achei demais, pelas razões que já apontei, que se prendem mais com o estado anímico do que o físico. O meu abrandamento, foi suficiente para ser alcançado pelo Espinha, que passou em bom ritmo. Os 25/30 metros que o duo da frente ganhou eram esbatidos, com a referencia do Espinha que quase os alcançou.

Francamente, o Manso e a seu bom senso voltaram a predominar, tal como tinha acontecido, na Carvoeira. Sugeriu voltarmos para trás, e "recolher" os que tinham decidido não ir em aventuras.
Estiveram bem porque estavam logo ali.

Mais um "caso". Estava determinado irmos ao Estoril. Dada a hora e por sugestão do Chico, deveríamos seguir:
-Tenho de estar em casa à uma hora. Força segue! respondi, quando estávamos a seguir para a direita em direcção à marginal. Gritos e toca de travar, afinal seria alteração de planos. Enfim...

Uma critica construtiva. Ora param todos e arrancam todos, ao mesmo tempo, ora, se cada um vem andar sozinho, o melhor é não empatar! As paragens constantes, que contribuem de modo significativo para o "empeno" têm várias origens:
-Passo demasiado duro nas subidas que não é acompanhado com o protocolo acordado (voltar para trás e acompanhar os retardatários), motivando oscilações bruscas de andamento;
-Paragens imprevistas, motivadas pela pouca preparação e algum individualismo;
-Desconhecimento e estudo prévio do percurso;
-Pouco bom senso, motivado pela excessiva testosterona;
-Pouca comunicação.

Por isso, voltarão a encontrar-me nestas aventuras com a mesma atitude. Quando me virem ficar para trás já sabem, voltei para trás ao encontro dos retardatários. Devo salientar as boas posturas, que todos sabem de onde vieram. Não me irei alongar mais, neste ponto.

O Calado, andava com as suas caimbras que se arrastaram desde Sintra até Torres Vedras. No total 150 kms com uma média de 27, 1 Km/h contra os 29Km /h de dia 13 de Setembro. Pensem nisto...

Também termino aqui a crónica, porque não tenho "pachorra" para escrever mais. De positivo a camaradagem que se instalou após Cascais!

2 comentários:

  1. Boas,

    Concordo contigo! Grande vitória a de Cadel Evans, com o prémio mais que merecido resultado do trabalho, da dedicação, da capacidade de sofrimento da luta quase sempre desigual. Grande resultado na verdadeira acepção da palavra.

    Fantástico, ainda, o desempenho de Fabian Cancellara, que partiu a corrida e descarregou literalmente muitos dos favoritos, imagine-se, a subir!!!! Merecia o pódium indiscutivelmente.

    Relativamente à volta de domingo... Não cheguei a perceber bem naquilo que me meti.
    O percurso não era acessível, nem o grupo homogéneo. No entanto sempre que se chega ao cimo de uma súbida deve-se voltar para trás! Caso contrário castiga-se ainda mais quem fica atrasado visto são estes os que têm menos tempo de recuperação.

    Um pouco à semelhança dos resultados eleitorais, em que todos defendem a sua dama e conseguem arranjar vitórias onde elas existem e onde não faz o mínimo sentido defendê-las, também podemos argumentar nas mais diversas formas.
    O que nunca deixará de ser verdade é que se um grupo parte agrupado, na maioria do tempo, deveria andar dessa forma independentemente se alguém, pelos mais variados motivos, tem vontade de se ir embora...
    Imaginem uma volta onde os trepadores metem o seu passo nas súbidas, onde os roladores dão corda aos sapatos no resto do percurso e onde cada um chega separado dos outros... vale a pena?

    Com um pelotão destes dava para fazer uma volta com um andamento "à homem" sem ninguém se chatear em demasia e sem sacrificar o físico, que nesta altura pede andamentos mais controlados, (não confundir com andamentos fracos).

    O momento do dia foi acompanhar o meu filho que pela 1ª vez, na sua breve existência, fez 2 km de bicicleta. Grande Lucas que daqui a uns anos nos vais deixar a todos de lingua de fora na tua roda!!!

    Uma palavra ainda para o Rocha que atravessa um periodo conturbado. Toma o teu tempo e regressa quando quiseres/puderes. Ainda temos muitas etapas pela frente!

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