terça-feira, 12 de maio de 2009

Ciclismo utilitário

É sabido que a bicicleta pode ajudar a resolver alguns problemas viários, com os quais, inúmeras cidades portuguesas se debatem.
A bicicleta é um veículo utilitário comum em bastantes cidades mundiais e ajuda a "alavancar" a economia de países com fortes carências como em África, América do Sul e Ásia. No Ruanda por exemplo, existe um projecto que divulga a utilização da bicicleta para transporte do café, que era feito a pé. Representa um aumento da capacidade de escoamento do produto (50%) por parte dos agricultores localizados em zonas mais remotas.
Também em termos bélicos, foi a desgraça por exemplo dos americanos no Vietname, e ajudou a transportar de forma eficaz grandes contingentes de tropas e peças de artilharia (fala-se mesmo de tanques) de forma eficaz e silenciosa durante alguns conflitos.
Mas não se pense que resolve apenas os problemas dos mais pobres. Resolve também os problemas inerentes ao transito em cidades de países desenvolvidos. Londres, começa a colocar em marcha os seus programas de incentivo à utilização da bicicleta e outras cidades europeias seguem esse exemplo. Preocupadas com emissão de carbono (dinheiro que sai dos cofres dos estados), a utilização da bicicleta resolve vários problemas:

1-Redução do impacto dos automóveis dentro das cidades:
  • Redução da emissão dos gases de estufa;
  • Resolve parcialmente os problemas de estacionamento;
  • Redução do nível de ruído;
  • Encurtamento do tempo despendido entre deslocações.
2- Aumento da qualidade vida do utente:

  • Pedalar é um dos melhores exercícios cardiovasculares;
  • Pedalar ajuda a perder o excesso de gordura acumulada;
  • Ajuda a poupar dinheiro gasto em transporte;
  • Redução significativa dos níveis de stress, na população;
  • Aumento da sociabilidade nos utilizadores.
Existem contudo factores que surgem na comunicação social que tendem a mistificar ainda mais a utilização da bicicleta como meio alternativo de locomoção.

Aparece à cabeça o sector automóvel. Esse sector conduz uma politica de comunicação desajustada. A meu entender a cidade não deveria ser o local para promover o automóvel, veículo projectado para as grandes e médias distâncias. Mas é na cidade que estão as pessoas...que compram por status, outro aspecto negativo no foque da sua comunicação.

Existem depois os governos que, talvez, para colmatar as suas politicas erradas de controlo de tráfego, preferem erradicar a bicicleta. Erradas, porque foram com os tempos atrás de uma insustentabilidade rodoviária, com demasiada dependência do automóvel. Com isso os veículos motorizados de 4 rodas foram sendo colocados em favor dos de 2 rodas. Os impostos falam mais alto. Com a crise dos combustíveis e o alerta mundial sobre a imediata escassez de recursos, acrescido da necessidade de encontrar novas fontes de negócio sustentáveis, surgem tecnologias que vêem pouco a pouco substituir os combustíveis fosseis. Existe também um factor estratégico e claro está de segurança sobre a dependência energética, mas não vou me alongar mais.

Como sabemos grande parte das cidades não estão desenhadas para a utilização da bicicleta. Podemos especular que bastam sinalização e redução de tráfego, e pinturas nas faixas, com legislação...o costume mais leis que ninguém percebe nem cumpre. É preciso trabalhar a outro nível, o da comunicação e educação cívicas, (consciencialização) para reduzir o marketing negativo acerca das bicicletas e do ciclismo.

Surge assim modestamente uma nova oportunidade económica para desenvolver tecnicas, equipamentos e soluções em diferentes domínios de forma a alanvancar a qualidade das urbes, isto é dizer também... da humanidade, visto que caminhamos a passos largos para uma cidade global.

Para os mais interessados deixo-vos um link para ajudar a equacionar o problema.

Abraços ciclómanos

ps: Pensavam que não vos partilhava mais um vídeo hã...

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